quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cornetas provocam estresse e danos aos ouvidos


Especialista alerta para exposição às inúmeras versões brasileiras da `vuvuzela` sul-africana, que produz até 127 decibéis
As vuvuzelas estão sendo consideradas uma das principais marcas da Copa do Mundo de 2010. Usadas por torcedores sul-africanos, principalmente, elas vêm irritando muita gente, e não apenas jogadores e técnicos das seleções do Mundial, por causa do forte zumbido. A mania de tocar cornetas já tomou conta dos brasileiros, produzindo bastante ruído e incômodo em locais de grande concentração, em diversas cidades do País. Muitos, no entanto, não se dão conta de que, além da irritação, o som alto pode afetar a audição.
Uma fundação especializada no estudo da surdez, a ‘Hear The World” (Ouça o mundo, em português), informou que testes feitos na África do Sul demonstraram que o barulho produzido pela vuvuzela ultrapassa o som produzido por motosserras. De acordo com estudos, o objeto produz 127 decibéis, mais do que uma buzina de ar comprimido ou os tambores brasileiros.
Já foi comprovado que sons acima de 85 decibéis são prejudiciais à saúde auditiva. A perda de audição depende tanto da potência do som como do período de exposição ao ruído. É preciso cuidado, pois as consequências podem ser imediatas. "Por causa da intensidade do barulho, as pessoas podem ter a sensação de pressão nos ouvidos, tontura, zumbido e dificuldades para ouvir", afirma a fonoaudióloga Isabela Gomes, da Telex Soluções Auditivas.
Qualquer pessoa que estiver próxima a sons altos e estridentes pode sofrer danos auditivos. A especialista afirma que, no caso das crianças, os cuidados devem ser redobrados. “O barulho em excesso trará irritação, choro e elas podem sair daquele ambiente com um forte zumbido no ouvido, sem que os pais percebam”, alerta.
A fonoaudióloga recomenda uma distância mínima de 10 metros de aglomerações barulhentas, além do uso de protetores auriculares, a fim de diminuir o impacto do barulho. "Os protetores atuam diminuindo o som que entra pelos ouvidos. Eles permitem uma diversão mais saudável, já que o torcedor estará participando da festa, mas cuidando de sua audição”, explica Isabela.
Os protetores (ou atenuadores, como são chamados) são feitos em acrílico e moldados de acordo com a anatomia do ouvido de cada usuário. Existem dois tipos: um que diminui o barulho ambiente em 15 decibéis e outro que promove uma redução em 25 decibéis do volume do som nos ouvidos.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia estima que 15 milhões de pessoas sofram algum tipo de perda auditiva e que cerca de 350 mil não ouvem qualquer tipo de som. Os jovens em geral não ligam para conselhos, mas os especialistas alertam: permanecer meia hora por dia em lugares muito barulhentos pode afetar, para sempre, a capacidade de ouvir. A exposição prolongada ao som alto, por anos seguidos, pode levar a diversos graus de surdez, de acordo com a sensibilidade de cada pessoa.

Tabela de intensidade sonora
- próximo ao silêncio total - 0 dB- um sussurro - 15 dB- conversa normal - 60 dB- voz humana (alta) - 75 dB- uma máquina de cortar grama -90 dB- ruído do metrô - 90 dB- uma buzina de automóvel - 110 dB- trovão forte - 120 dB - um show de rock - 120 dB- um tiro ou um rojão - 140 dB- avião a jato na pista - 140 dB
Fonte: "Arca Universal"


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